quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Documentário "Rock Ceilândia - Periférico e coletivo" exalta bandas da cidade

Documentário "Rock Ceilândia - Periférico e coletivo" exalta bandas da cidadeNa região do hip-hop, as guitarras também têm vez. Tema de documentário, a cena roqueira da cidade conquista público, se organiza e aumenta o volume da crítica social

Tiago Faria

Publicação: 13/12/2009 08:00 Atualização: 13/12/2009 10:52

Nos corredores da edição mais recente do 42º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, o jornalista e cineasta Gil Pedro ouviu comentários que, para ele, soaram quase inacreditáveis. Pouco depois da sessão do curta-metragem Rock Ceilândia — Periférico e coletivo, concorrente ao Candango na mostra digital, encontrou espectadores espantados com a descoberta de que a cena musical da região administrativa mais populosa do Distrito Federal — com cerca 365 mil habitantes — não respira apenas hip-hop e forró. “As pessoas perguntavam: mas Ceilândia não é a capital do grafite, do rap? Pode parecer impressionante, mas há bandas de rock com 15 anos de estrada que são totalmente desconhecidas fora da cidade”, observa o diretor.

Márcio, dos Maltrapilhos, João Frajola, do Terno Elétrico, Alexandre Medeiros, do QZera, Cilene Tyler, do Bonecas de Trapo, Raiane Gonoli, do Bonecas de Trapo, Anderock, do Atritus, André, do Vitalógica  - (Edílson Rodrigues/CB/D.A Press)
Márcio, dos Maltrapilhos, João Frajola, do Terno Elétrico, Alexandre Medeiros, do QZera, Cilene Tyler, do Bonecas de Trapo, Raiane Gonoli, do Bonecas de Trapo, Anderock, do Atritus, André, do Vitalógica
Músico há 20 anos, Gil tocou bateria em grupos como 5 Generais, Gangorra e Bazar Band. Vive em Ceilândia desde criança, onde cresceu ao som de rock ‘n’ roll. Na estreia como cineasta, optou por um tema que, para ele, soa familiar. O documentário, desenvolvido com ajuda de amigos e a custo irrisório (a equipe gastou R$ 100 para produzir uma cópia em beta, formato exigido por comissões de festivais — e só), cobra atenção para um traço pouco notado da cultura ceilandense: o rugido das guitarras. Com 20 minutos de duração, e a crueza de um refrão punk, o curta apresenta um retrato instantâneo (e, até certo ponto, esperançoso) do rock local. “Apesar de abrir o filme com imagens da construção de Ceilândia, o importante é mostrar que essas bandas existem”, explica Renato Rhugas, produtor do filme (também fundamental na equipe, Oldair Vieira cuidou da edição).

Ainda que sem o alcance do hip-hop, o rock exerce tremores subterrâneos na cidade. Entre os músicos, é unânime a impressão de que a cena passa por um momento de entusiasmo. Ainda assim, eles enfrentam antigas dificuldades: a carência de um circuito de shows, a escassez de incentivos (públicos e privados), a sensação de isolamento em relação ao centro do DF. “Em meio a todos os problemas, estamos resistindo. Há festivais que reúnem 4 mil pessoas”, observa Márcio, vocalista do punk Os Maltrapilhos. Há 15 anos no batente, o quarteto já se apresentou no Porão do Rock (em 2006) e teve CD lançado em Portugal. “No início da banda, era tudo precário: ninguém tinha instrumentos, a gente ensaiava no fundo do quintal. O pai reclamava que não aguentava mais o barulho”, lembra.

Ao lado do quarteto de blues-rock Terno Elétrico, que lançou o disco de estreia em 2009, Os Maltrapilhos é o nome mais conhecido do documentário. Divide a cena com bandas como Barbarella, Body in Flames, Atritus, Whisky 74, Guariroba Blues, Vitalógica, 9 Milímetros e Os Homi Rapaz Si Minino. Entre elas, predomina o espírito de coletividade e o gosto pelos sons pesados — do punk ao hard rock — e por versos que espelham o cotidiano. Curiosamente, a vocação para o protesto revela um certo parentesco com o hip-hop made in Ceilândia. “Escuto muito Câmbio Negro, Cirurgia Moral, Racionais. Assimilo as letras, o tom de indignação”, afirma Márcio, 34 anos.

Ao combate

Para João Frajola, vocalista do Terno Elétrico, 40 anos, a atitude combativa está no DNA do rock ceilandense. “Talvez o diferencial esteja aí”, observa. Ainda assim, aprendeu a conviver com o estranhamento provocado sempre que o grupo afirma a origem. “Quando falávamos que somos uma banda de rock de Ceilândia, as pessoas nos olhavam um pouco diferente. Na nossa música, tentamos mostrar a cidade, mas sem cair no panfletário”, resume. Uma das canções do grupo, Avenida H. Prates, narra as impressões de um personagem que atravessa a principal via da região. “A cidade produz rock de qualidade. O que falta é se espalhar, promover intercâmbio, sem bairrismo”, aposta.

Confira trechos do documentário Rock Ceilândia - Periférico e coletivo

De forma independente e com teimosia, o circuito roqueiro se espalha na programação de dois bares (Garagem Cultural e Cio das Artes) e em festivais como o já tradicional Ferrock, o Rock na Veia e o Rock na Rua. “O rock é uma bandeira, um instrumento forte, socialmente falando”, comenta o produtor do evento, Ari de Barros, em cena do documentário. Com cartazes que combinam Woodstock com Che Guevara, o Ferrock prega a “revolução do rock” desde 1986. É inspiração para promessas como o Bonecas de Trapo, trio de punk e grunge formado só por meninas, em atividade desde 2004. “Para uma banda de rock de Ceilândia, é difícil até receber pagamento. Quem toca hip-hop e forró ganha cachê. Para o rock, nada. Mas queremos crescer”, diz a vocalista Deydi. O barulho, pelo visto, não vai cessar.

Produto interno bruto

Conheça algumas bandas que estão no documentário Rock Ceilândia

Os Maltrapilhos
» Sob influência do punk, a banda combina o peso do gênero com uma artilharia de versos indignados. “Nutridos pela revolta e manifestados pelo ódio”, como avisam no MySpace, eles têm dois discos gravados: Desemprego e desespero, de 2006, e Descaso, de 2008. Ouça em www.myspace.com/osmaltrapilhos.

Terno Elétrico
» Com doses generosas de blues e rock ‘n’ roll, o quinteto Terno Elétrico ligou a tomada em 1992 — mas só lançou o primeiro disco este ano. “O rock sempre teve força em Ceilândia. Mas muitas bandas pararam por não verem um caminho”, comenta o vocalista João Frajola. Ouça em www.myspace.com/ternoeletrico.

Bonecas de Trapo
» O nome veio da música Rag doll, do Aerosmith, mas a banda inspira-se principalmente na fúria grunge de Hole, L7 e Nirvana. Com boa experiência de palco, Deydi, Cilene e Raiane arrepiaram marmanjos no Ferrock e pelo 1º Festival Nacional de Punk Feminino (em Goiânia, em 2006). No momento, gravam músicas em estúdio caseiro. Ouça em www.myspace.com/bonecasdetrapo.

Atritus
»A batida punk pulsa violentamente no som da banda — mas o tempero é bem-humorado. Formado no começo de 2004. Os “cinco loucos” escrevem versos que vão do protesto à esculhambação. Invadem a internet muita “cachaça, mulher e rock ‘n’ roll”. Ouça em www.myspace.com/atritus.

Vitalógica
»Em faixas como A volta e Conspiração, o quarteto usa riffs de hard rock para embalar versos que mostram influência de rock dos anos 1980. A banda tem no currículo participação em cooperativa de rock e em projetos de música em escolas. Ouça em www.myspace.com/bandavitalogica

Correio Brasiliense

http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia182/2009/12/13/diversaoearte,i=160612/DOCUMENTARIO+ROCK+CEILANDIA+PERIFERICO+E+COLETIVO+EXALTA+BANDAS+DA+CIDADE.shtml


quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

SHOW DO AC/DC EM SP 29 NOVEMBER 2009

SHOW DO AC/DC EM SP

acdc_sp

O incansável Angus Young em SP

Sabe aquela semana em que nada dá certo? Você passa a semana resolvendo pepinos de tudo que é lado, e quanto mais você resolve, mais aparece? E aí vc chega no final da sexta-feira, olha pra trás e vê que não fez nada de produtivo a semana inteira. Pois é, essa foi a minha semana. Mas dessa vez, diferente de outras, eu tinha uma esperança: nada como um show do AC/DC pra encerrar uma semana dessas.

E não fui decepcionado.

Claro que nada fica fácil quando acontece um show para 70 mil pessoas do outro lado do rio, em uma sexta-feira em São Paulo. Trânsito infernal, chuva torrencial, desorganização, etc. Aquilo tudo que a gente que gosta de shows tá acostumado. Mas leva com bom-humor, fazer o quê? Quando a chuva pegou forte umas 2 horas antes do show, o auto-falante mandou “Iron Man” do Back Sabbath, e a galera que já enchia o gramado do Morumbi entoou a plenos pulmões, debaixo do dilúvio que caía na cidade. Bom sinal.

Com uma introdução dessas, nem mesmo o show morno do Nasi conseguiu esfriar a galera, excitadíssima quando o AC/DC entrou no palco lá pelas 21:30. A abertura é feita com um vídeo divertidíssimo misturando um trem desgovernado, mulheres gostosas e Angus salvando sua guitarra. E é nesse clima que entra “Rock´n roll train”.

Público nas mãos, a banda desfila sons de “Black Ice”, o último trabalho da banda, misturando com clássicos. As músicas novas empolgam tanto quanto as antigas, mostrando que o AC/DC ainda sabe criar melodias e riffs memoráveis e empolgantes. A sequência inicial inclui ainda “Hell ain´t a bad place to be”, “Back in Black” e “Big Jack”.

A energia da banda no palco é invejável. Se Brian Jonhson não pára um minuto de mexer seu braço esquerdo, é Angus Young que monopoliza as atenções; não descansa, pula, atravessa o palco, se debulha em riffs delirantes e leva a platéia à loucura. Enquanto isso, seu irmão Malcolm Young é discreto e preciso conduzindo a cozinha da banda com competência exemplar, com apoio do baixista Cliff Williams e do baterista Phil Rudd.

Em “The Jack”, a banda seduz a platéia com um blues dos infernos, com direito a um strip-tease tosco de Angus, que nessa altura já se derretia em suor. Divertidíssimo.

Logo a seguir, Brian dá início a “Hell´s Bells” se pendurando em um sino gigante. Mesmo tendo o rock´n roll como foco principal, o AC/DC não perde o senso de espetáculo, como se espera de uma grande banda.

Os maiores sucessos ficam mesmo pro final, na sequência matadora “You Shook Me All Night Long”, “T.N.T.”, “Whole Lotta Rosie” (com direito a boneca inflável gigante no palco) e “Let There Be Rock”. A galera enlouquece, pula desesperada. Aqui e ali, é possível ver um ou outro colocando a mão na coluna. É amigos, boa parte da platéia é de gente que não tem mais idade pra isso (rs).

Não que isso importe pro AC/DC. E quando eles voltam pro bis, mandam “Highway to hell” e “For those about to rock (we salute you)”, essa última como uma espécie de agradecimento a tão devotada platéia. Quando saem do palco, fogos de artifício cobrem o Morumbi, iluminando os rostos felizes (e cansados) de milhares de fãs, antigos e novos, que nesta altura acreditam mesmo que se o AC/DC é coisa do diabo, o inferno não deve ser um lugar ruim pra se estar.

Set-list completo do show:

Rock n’ Roll Train
Hell Ain’t a Bad Place to Be
Back in Black
Big Jack
Dirty Deeds Done Dirt Cheap
Shot Down in Flames
Thunderstruck
Black Ice
The Jack
Hells Bells
Shoot to Thrill
War Machine
Dog Eat Dog
You Shook Me All Night Long
T.N.T.
Whole Lotta Rosie
Let There Be Rock

Bis

Highway to Hell
For Those About to Rock (We Salute You)

Foto de Keiny Andrade/ Agência Estado.

http://www.lineupbrasil.com.br/

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Guia prático para ter uma banda de rock famosa

Guia prático para ter uma banda de rock famosa

Wooo Ow, Woou ou uo, aposto uma foda que você me quer!

Em uma galáxia muito, muito distante, existia um estilo musical chamado and Roll. Os adeptos desse estilo eram caras de atitude. Tocavam guitarra como deuses, dedilhavam os seus baixos com a precisão cirúrgica de um neuro-cirurgião. Os bateristas, nem se fala. Davam a ligeira impressão de ter no mínimo oito braços.

Além de mandarem incrivelmente bem com seus instrumentos, com as mulheres era um caso a parte. Groupies entravam e saíam de camarins, sempre com um sorriso de satisfação no rosto. Whisky, vodka, Budweiser. Aqueles caras sabiam viver…

 ISSO é and Roll, bitch!

Mas aí, de uma hora pra outra, o deixou de ser atitude e passou a ser visual. A qualidade das bandas caiu terrivelmente enquanto o número de cores das blusas, calças e bandanas atingia o limite do ridículo.
Por mais que o Glam tenha introduzido a maquiagem, as calças coladas e os cabelos espalhafatosos, ainda sim mantinham um pouco da dignidade que restava do bom e velho and Roll.

Pense no como aquele jogador de futebol que é revelado no Araruama-CE, consegue uma vaguinha no Flamengo, é vendido para o Barcelona e consagrado o melhor do mundo na Copa do Mundo. Ele não quer parar no auge, enquanto ainda joga bem. Ele espera ficar um merda e, quando não rende mais nada, resolve se aposentar.

O está na fase decadente. E não quer parar…

Voltemos no ano de 2008. O auge do NX Zero. O rosto dos integrantes estampavam todas as revistas adolescentes da época. Eram presença garantida no Domingão do Faustão e nos programas da MTV. Nas rádios então, nem se fala. O mundo era o limite.

Mas aí chegou 2009 e com ele a banda Fresno. O mundo agora conhecia aqueles rapazes do sul do Brasil que, com a sua faziam jovens apaixonadas melarem as suas calcinhas com o visual descolado, o corpo tatuado e a voz doce como bala dadinho de caramelo.

Porém, do meio do ano pra cá, os rapazes sofreram um duro golpe com a chegada de um estilo musical indefinível, cujas bandas que o representam são ainda mais bizarras.

O mundo conhecia as bandas Cine e Restart – e demais que foram influenciadas pelas suas semelhantes americanas: Forever The Sickest Kids, Metro Station e Danger Radio.

 Restart your life, please

Agora, percebendo o estouro dessas bandas é inevitável pensar que, hoje em dia, qualquer um consegue ter uma banda de sucesso. Como eu sou um cara experiente nesse assunto, elaborei um guia prático especial para você, nerd virgem que deseja ter fama, sucesso e menininhas aos seus pés.

Apresento-lhes…

O Guia Prático para ter uma banda de sucesso no Brasil.

1 – Não crie um estilo próprio

Essa é a principal característica das atuais bandas de que fazem sucesso no Brasil. Elas emulam o estilo de várias outras consagradas lá na gringa. Nx Zero e Fresno podem ser facilmente comparadas com Finch, TakingBack Sunday, Thursday e Sunny Day Real State. Apesar dessas bandas americanas serem consideradas emo, as nossas representantes nacionais não fazem a mesma linha, sendo algo um pouco mais… fresco.

Quanto às bandas Cine e Restart, confira comigo nas fotos abaixo, como disse alguns parágrafos acima, são as versões traduzidas das músicas do Metro Station e Forever the Sickest Kids, além do visual milimetricamente copiado, o que nos leva para o próximo tópico.

 Nova fase de Malhação
 Versão americana de Malhação


2 – Vista-se como uma árvore de natal

Várias cores e sabores no seu guarda-roupas. Esse é um dos principais requisitos para se tornar famoso musicalmente no âmbito “ and roll for dummies” ou teenagers, como quiser.

Vista blusas com cores fluorescentes, óculos Wayfarer com cores quentes, calça colada e tênis Nike “old-school”. Se preferir, pode usar aquele Le Cheval com luzinhas. Dá um plus a mais no visual e ainda tira uma onda com as garotinhas.

 Pega nas minhas bolas, risos

3 – Prancha de cabelo

Acredito que este seja o passo principal do guia. O atual não permite que você tenha cabelo ruim. Isso não é comercial, não vende. A boa é comprar uma chapinha ou comprar uma caixa de Ene-Maru e caprichar nas madeixas.

Você tem que balançar o cabelo, deixá-lo atrapalhado e a franja no olho dá um look totalmente cool durante as fotos de divulgação para a Capricho. Sem contar que faz um sucesso foda com as garotinhas.

 Théo, aos 15 anos de idade

4 – Afine a voz

E não é afinar de deixar “afinada”. É afinar de deixar a voz fina mesmo, de mulherzinha, como se você não tivesse passado pela puberdade. Cante como um adolescente de 12 anos no chuveiro, o que é fácil, pois identifica o som da banda com a faixa etária do público.

Cantar como Max Cavaleira é algo impensável no cenário atual. Cante mais como a Joelma. Sucesso garantido.

Canta comigo!

5 – Esqueça as letras

Who o ow
Who o o o ow
Who o oaaaa
Ye ye yeah

O simples torna ela demais
Quinta o shopping, domingo os pais
Tente entender por que ainda ligo pra você
Ela só me diz não, pra mim já tornou padrão e faz por querer

Te vejo na minha (Te vejo na minha)
Vai ser só minha (Vai ser só minha)
Falo tão sério, é sério você vai
Vai ser só minha (Vai ser só minha)
Vem ser só minha
Vai ser você
Aposto um beijo que você me quer

Who o ow
Who o o o ow
Who o oaaaa
Eu te completo baby
Who o ow
Who o o o ow
Who o oaaaa
Vem que é certo baby

Sempre escuta as bandas que eu nunca ouvi
Sempre de vestido pra sair
E quando ela sai, não importa pra onde vai
Sempre com o cartão do pai, compra tudo e se distrai

Te vejo na minha (Te vejo na minha)
Vai ser só minha (Vai ser só minha)
Falo tão sério, é sério você vai
Vai ser só minha (Vai ser só minha)
Vem ser só minha
Vai ser você
Aposto um beijo que você me quer

Who o ow
Who o o o ow
Who o oaaaa
Eu te completo baby
Who o ow
Who o o o ow
Who o oaaaa
Vem que é certo baby

Te ver no sábado e escutar tudo que eu já sei, pode decorar
Não é fácil, eu não me faço
Egoísta, sim, eu não nego
Por isso insisto em ti e me entrego mais, mais, mais
Who o ow
Who o o o ow
Who o oaaaa
Vai ser você
Aposto um beijo que você me quer

O simples torna ela demais
Quinta o shopping, domingo os pais
Paguei pra ver por que é que eu liguei pra você?

Entendeu o meu ponto? Então. Hoje em dias músicas não querem dizer absolutamente nada. Coloque uns gritinhos, algumas onomatopéias e pronto, você está apto a ganhar o VMB.

6 – Faça muito Spam no Orkut, Twitter e Fotolog

98% das bandinhas conquistam seus fãs pela internet. E não é de uma forma espontânea. É através de muito, mas muito spam mesmo no Orkut, Twitter e no falecido Fotolog.net.

Onde mais você pode encontrar milhões de pré-adolescentes ávidas por novos ídolos e de péssima qualidade senão nessas redes sociais? Esqueça qualquer interação com esses caras. Na real, são amigos e robôs que fazem spam enquanto os verdadeiros, caham, artistas, estão tomando Fanta Uva Light e comendo Doritos na porta de casa.

É isso, amiguinhos. Um guia prático e bem básico para conquistar o sucesso e o coração das adolescentes no mundo do . Seguindo essas breves dicas você estará em breve participando de todos os programas da MTV e ganhando milhões de Prêmios Nicks. Você ganhar isso tudo, exceto o meu respeito. Bando de mulherzinha.

retirado de http://atoouefeito.com.br/

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Ferrock 2009

O tradicional Ferrock, em Ceilândia, reúne fãs de metal e abre espaço para novas bandas

Marina Severino

Publicação: 02/11/2009 11:05

"Quero agradecer a todos aqui presentes, especialmente àqueles com a camisa do Ramones", começou Márcio Pika, vocalista da banda de punk hardcore Os Maltrapilhos, no palco do 24º Festival de Rock de Ceilândia, o Ferrock, no sábado. No encontro de metaleiros, entre fãs de punk rock, trash, grind, e stoner metal, Ramones parecia ser a unanimidade. "Eles merecem uma categoria à parte. Não podem ser classificados em nenhum outro estilo", sentenciou o serralheiro Fábio Duarte, 33, fã de heavy metal "desde os 10 anos de idade".

A banda Os Maltrapilhos, de Ceilândia, ajudou a esquentar o clima durante o Ferrock, no centro da cidade - (Iano Andrade/CB/D.A Press)
A banda Os Maltrapilhos, de Ceilândia, ajudou a esquentar o clima durante o Ferrock, no centro da cidade
Nesse clima, as pessoas começaram a se amontoar em frente aos dois palcos do Ferrock - à esquerda, o P Norte, à direita, o P Sul - e homenageavam a efervescência cultural dos setores do Distrito Federal na arena montada na Praça do Trabalhador. O início das apresentações, marcado para as 15h, atrasou em consequência da chuva, que não afastou o roqueiros amontoados na arquibancada para assistir de camarote à passagem de som. Os portões se abriram às 17h e o pop rock da banda São Três deu as boas-vindas aos presentes.

O público mirrado assistiu tímido aos primeiros shows, mas logo se animou. O terceiro grupo do Distrito Federal a se apresentar, Black Bulldog, empolgou os metaleiros em um corajoso e bem-sucedido cover de Ramones. Entretando, as estrelas só iriam chegar às 19h30: as bandas nordestinas Barba de Gato (AL), Karne Crua (SE), Expose Your Hate (RN), Decomposed God (PE) e Obskure (CE). "Eles são os grandes reis da noite. Têm um trabalho de sucesso em suas cidades e um universo interessante de sons para oferecer para a gente. É um intercâmbio interessante", acredita Ysianne Reis, 25. No sábado, a servidora pública preferiu se definir como roqueira de profissão. "Sigo as bandas, sou uma apaixonada pelo rock e sua bandeira de contestação e paz", afirmou.

Para Ari de Barros, organizador do Ferrock há 24 anos, essa é a principal meta do evento. "Desde o início, queríamos reunir as pessoas em torno de um som que promovesse a paz e o engajamento da sociedade em cultura e cidadania. Por isso, sempre associamos o evento à doação de agasalhos, brinquedos e, no caso deste ano, alimentos", conta, idealista. De um evento que nasceu da reunião de amigos em torno de um 3 em 1, aparelho de som que unia toca-discos, fita k-7 e rádio, o Ferrock cresceu de forma inesperada.

Depois de receber Angra, Ira e Ratos do Porão em edições anteriores, a organização se voltou novamente às pequenas bandas. "O convite aos grupos nordestinos exigiu um pré-requisito. Pelo menos um dos integrantes tinha de idealizar projetos culturais, seja atuando nas comunidades carentes ou divulgando artistas e ideais por meio de zines", explicou.

De mão em mão
A noite também foi proveitosa para o lançamento da coletânea comemorativa do Zine Oficial, um fanzine que existe há três anos no Distrito Federal. As revistas com impressão de baixo custo ficaram famosas entre o público do cenário underground. A partir dos textos de fãs, divulgação de eventos e novas bandas, eles conquistaram popularidade e o consequente apoio para a compilação de um CD com 24 músicas gravadas em estúdio por bandas do DF e Entorno. Todos os textos publicados no zine podem ser lidos em www.zineoficial.com.br.

Correio Brasliense

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

terça-feira, 18 de agosto de 2009